cãs do tempo
sino dolente ao longe, triste, plange
sol desmaia seus raios cintilantes
cortina âmbar deita-se sobre amantes
tempo que timoneiro, nácar tange
brisa que sopra fino, dentes rangem
luz tênue como de abaju antes
a lua -frívola cristal diamante-
como se fora lâmina de alfange
galo ensurdece meus tímpanos mudos
de ouvirem claridades nunca vãs
e despertam para o concreto absurdo
e tateável dessas belas manhãs
em que sou nada; também sou tudo
nessa futura fronte: mechas cãs