Consciência Negra.

Eu sou gente quero falar

Tenho voz quero me espessar

Vi os filhos de minha terra morrer

E sobre esse chão seu sangue escorrer

Minha alma é como a tua.

E por que queres me desprezar?

Porque por uma ação do destino nasci negro?

Então por não vieras à noite recusar?

Dos engenhos trousse a ti teu lucro.

Do suor do meu rosto trousse o alimento de teus filhos.

Dos meus seios os sustentei para que a morte não viesse os levar.

Mas aos filhos do meu ventre vi teus próprios filhos os matar.

Ainda ouço o estalar do chicote do feitor

E em meus lombos tenho as marcas da dor

Nos paus de araras vi meu corpo se dobrar

E os meus ossos se quebrar.

Junto aos carros de boi, pelas estradas que dizem reais.

Fui arrastado, massacrado e totalmente humilhado.

E da minha amada África viestes a me tirar.

Para que neste teu solo tu me venhas sacrificar.

Dentre os quilombos de palmares

Vi o sol se por ao longo dos mares.

De Zumbi vi um forte guerreiro lutar

Para que as nossas vidas viessem salvar.

Hoje sou a voz que clamei

E fui ouvida, mas que tentam silenciar.

Mas por essa nação que hoje é meu lar

Eu nunca deixarei de lutar, pois fui escravo.

Mas consegui me libertar.

diego amorim
Enviado por diego amorim em 04/11/2012
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