Só uma mãe

Profundamente bela sob os medos,

Andava uma donzela sobre os mortos.

Naqueles grandes ossos vis e tortos,

Acomodava os pés em bons segredos.

Com risos cadavéricos e ledos,

Os mortos só causavam desconfortos!

Porém, com gestos gélidos e absortos,

A dama não limpou seus lindos dedos.

A linda e flébil dama só queria

De novo ver o rosto d'alegria:

Do filho que morreu à paz d'um cedro!

Depois da dor, cadáveres nas palmas...

Até qu'ela encontrou - em meio às almas -

O filho. E assim bradou: "Pedro!... Meu Pedro!"

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 03/11/2012
Código do texto: T3967449
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