ABANDONADO

Pobre coitado, sozinho naquele canto,

Parece querer virar pássaro e voar

Sobre as nuvens, ou sumir no mar

Como um peixe, tudo por desencanto.

O homem acaba-se num único pranto,

Um pensamento à sua mente povoar

Como tortura eterna de um trovoar,

Clarões de memória: demônio ou santo?

Hoje, vende latas, vive com coisa pouca,

Nada mais quer, largou até a herança;

De bebida e cigarro a voz está rouca.

Mas sempre com a mesma voz mansa,

Diz que irá morrer com a mente louca;

Coitado, nem sabe o que é esperança.

(VictorAMPinheiro)

Victor A M Pinheiro
Enviado por Victor A M Pinheiro em 03/11/2012
Código do texto: T3966714
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