Sobre a natureza
De onde virá a inspiração mais bela
Para os perdidos? Sim, da natureza!
Que faz-nos vivos e com tal destreza
Uno nos torna com a alma dela
Quem há de escrever mais puro canto
Que o canto triste das aves noturnas
Quem já ouviu cantigas mais soturnas
Do que do vento o seu profundo pranto?
Não existe sentimento mais caro
Que deixar-se ninar em seu amparo
E que, sendo assim, nada há mais ditoso
Que ver, pois, nos recônditos da terra
Nas raízes, que a vida se encerra
E que se refaz em infindável gozo