Visitou-me a solidão

(Ensaio de um soneto)

Bateram em minha porta e eu fui abrir,

Era a tristeza que vive a me perseguir.

Perguntou-me se poderia entrar, respondi ''não.

Saudade aqui está, dela por você não abro mão''.

Olhou-me nos olhos, viu franqueza e verdade,

Percebeu também lá dentro, amor e felicidade.

Abaixou a cabeça e virou-se para partir,

Lhe falei para não mais me perseguir.

Então retirou-se e pôs-se a vagar

Fechei a porta e a observei da janela,

Devagarinho ela ia bem tristinha a andar.

Olhando atentamente percebi então,

Ela não estava sozinha, ia alguém ao lado dela.

De braços dados, ia ela e a solidão.