Madrugadas chorosas

São já quase três horas e nada de sono,

Pois martela na consciência a tua falta;

E nessas horas a saudade é tão peralta,

Que uma lembrança feliz é um abono.

Eu sinto que estou vivendo na ribalta,

A repetir o meu espetáculo monótono,

Porque sinto tanto desde o abandono,

Raiva e até desprezo da minha malta.

Se uma criança tem seu doce roubado,

Mesmo que no seu flanco tenha outro,

Ela fica chorando quase o tempo todo.

Assim é que me sinto, vivendo doutro

Doce, que de minhas mãos foi retirado;

Insone, sinto que ainda não está neutro.

Le Roy
Enviado por Le Roy em 02/11/2012
Reeditado em 02/11/2012
Código do texto: T3964950
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