Do ensejo à sonata
Mirando-te sob o véu do olhar fino;
Contemplei sereníssimo a lua nova.
No segredar matutino da tua trova;
Eram vastos os céus do ternar tino.
Para poesia as liras é o vosso hino.
E, na meiguice, a sonata em prosa;
Abundando serestas na nua prova;
Há cristais em sendas fora do pino!...
Nos sonetos andantes sob o hino;
Peregrino aceno da lua ao destino;
Há prodígios ferinos na crua sova.
Não haverá maus-tratos em sinos;
Cantastes, ó menino...– Sois felino!...
Venha perder-te em minha alcova!...
(Airton Ventania)