Do ensejo à sonata

Mirando-te sob o véu do olhar fino;

Contemplei sereníssimo a lua nova.

No segredar matutino da tua trova;

Eram vastos os céus do ternar tino.

Para poesia as liras é o vosso hino.

E, na meiguice, a sonata em prosa;

Abundando serestas na nua prova;

Há cristais em sendas fora do pino!...

Nos sonetos andantes sob o hino;

Peregrino aceno da lua ao destino;

Há prodígios ferinos na crua sova.

Não haverá maus-tratos em sinos;

Cantastes, ó menino...– Sois felino!...

Venha perder-te em minha alcova!...

(Airton Ventania)

Airton Ventania
Enviado por Airton Ventania em 02/11/2012
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