DO MAR E DE NÓS * Visionário
Ganhei-me, visionário, na distância
lendária dos confins da Geografia.
Moldei meu corpo em ondas de fragrância
e dei-me em vendavais de rebeldia.
De sonho e pinho fiz a caravela.
Bordei a rota de astros e de sal.
Perfumes de evasão e de canela
perderam-se num banco de coral.
Ainda as águas falam de naufrágios.
E os sonhos, a boiar, não vão ao fundo.
Que importam profecias e presságios?
Meu sonho foi até ao fim do mundo.
Agora, na diáspora me ganho...
E sou o mesmo sonho desde antanho!
José-Augusto de Carvalho
28 de Outubro de 2012.
Viana * Évora * Portugal