MINHA TAÇA
A minha taça por demais tingida
por estas manchas de vinho e saudade,
recolhe, hoje, restabelecida
belas lembranças de felicidade...
Nas grandes festas, de cristal tecida,
vibrava ao som da jovialidade,
na noite intensa, em nobre acolhida,
embriagava-se em sensualidade...
Hoje, tão só, seca e entristecida,
já tão vazia de amor e esperança,
revive à sombra, triste, constrangida...
no fim da noite, da orgia tida,
do tempo bom, que resta, na lembrança
da linda festa que lhe fora a vida...
Olga Maria Dias Ferreira
Membro da ASBL, AVLBL e CLIPE