ALTA TEMPERATURA NA SUPERFÍCIE
Corre lânguido o vento no sertão
Envolto aos redemoinhos a poeira
Devastando os roçados e capoeiras
Anunciando as chuvas da estação.
Ainda que eu me lembre da fronteira
As nuvens já escuras carregadas
O raio sobre a pedra, a cabeceira,
Pancadas d’água inunda Ipueiras.
Tomar banho na praça com amigos
Ledo com o bramido do trovão
Bradando sem nenhum medo ou castigo.
Correr até as margens lá do rio
Sem pânico de faísca e explosão
E mergulhar nas águas com subtil.