DOR QUE CURA
Reclama de tudo, todo santo dia
Por ser honesto, trabalhador e fiel
Acha que a vida de pobre não merecia
Era-lhe injusto esse rico mundo cruel
Pergunta-se o outro da infelicidade
Ora, tem tudo que o dinheiro pode comprar
Que pobreza é essa que seu espírito invade!
Era-lhe injusto o vazio que teimam lhe presentear
Resolveram então trocar de vidas
Descobriram-se no mesmo mundo que angustia
Pesou-lhes as almas, muito mais deprimidas
Até que uma dor, o rico-pobre a vida ceifaria
Eis que num triste sonho do pobre-rico disse com voz constrangida
Acorda! A felicidade não perdoa tão miséria covardia