PEDRA FILOSOFAL
Eu lia as Meditações em que Descartes
Mergulhava em si mesmo. Depois cria
Que, transbordando em si mesmo, esse dia
Jamais há de saber se a noite é parte.
Apenas provará por força ou arte
Desse fundo desfazer que a si sabia,
Pondo ao lado o beber filosofia,
Luzindo o que será, depois, descarte.
Posto isso, feito o vidro em transparência;
Aquilo que pensar, dirá sou eu.
Aquilo que não sou, será engenho.
Mas como equacionar essa existência;
Se a própria substância que me leu,
Não pode separar-se de Onde venho?