Das lágrimas
Que são as ditas glândulas do choro?
O que é, de fato, o pranto?... Gotas quentes
No rosto rolam refulgentemente,
Mais deslumbrantes do que o brilho d’ouro!...
Olhos e prantos – cantos!... O namoro
Da vida e destas lágrimas cadentes
Dança em minh’alma e a faz mostrar os dentes,
Sob os compassos cálidos de um coro.
E assim, rolando todas pelo rosto,
Filhas do gozo e às vezes do desgosto,
As lindas correm meigas, majestosas!
O que são elas? Gotas de ilusão?
Não, meus convivas; acho que elas são
O sangue d’alma em liquefeitas rosas!