Busca do coração

Nos corredores espirais da memória

Acendi a chama da minha história.

Nas paredes, marcas de processos

Amiúdes e infinitos de mim mesma,

Por onde me apago e me reinvento.

Em cavernas anacrônicas, no escuro,

Achei momentos reprimíveis do meu eu.

Em velhas passagens, luzes se dissipavam.

Em novos portais vi estonteantes sóis,

Enquanto torrentes de livres revelações

Cintilavam disputando os espaços,

Onde se imprimiam pensamentos vagos.

Em certos becos, meus avós falecidos,

Sorriam, e vários cheiros inebriavam.

Por onde Deus me tocara, flores e luzes

Flutuavam... Mas, percorri e percorri...

Foram meandros, enfim, parei e visualizei

Aliviada, o rastro de sangue seco,

Sangue vinho que esguichara de feridas,

Antigas batalhas e angústias soterradas,

Estátuas de chagas agora curadas.

Dentre estes escombros, um velho tratado.

Eis a receita que queria, desejava,

Como o fogo anseia pelo ar para viver.

Vou ler como fiz e de novo eu o farei:

Reverterei esse vil golpe que me acometeu.

Esta reviravolta, dura, quase fatal,

Em calmaria de rios de águas suaves,

Que incisivas, inundarão este vil arsenal.

Sobreviverei!

DanielFCosta
Enviado por DanielFCosta em 26/10/2012
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