O Espírito e o Poeta
Quem de mim é mais notável, oh, Espírito cruel,
Mais do que o seu fulgor, mais do que seus versos?
— Que me abrasa! Ao seu fogo-árduo, e, em fel,
Mais do que o amargo dos seus dentes perversos...
Os cânticos se cumprem, e são tufões dispersos;
Sem ouvidos, sem olhos de sol, são baixos cordel...
E, dos seus clarões, que são das noites reversos,
São de mim mais cândidos que o seu formoso céu!
Quem de mim é mais vil qual seu punhal infinito?
Mais do que seu gume, mais do que seu querer,
Arqueja dentre ao meu peito o seu imo profundo!
E a canção que se perde? E o seu rompante grito?
Mais do que seu pudor, mais do que seu poder,
Sou a alma em que brilha sua amargura no mundo!
(Poeta Dolandmay)
Quem de mim é mais notável, oh, Espírito cruel,
Mais do que o seu fulgor, mais do que seus versos?
— Que me abrasa! Ao seu fogo-árduo, e, em fel,
Mais do que o amargo dos seus dentes perversos...
Os cânticos se cumprem, e são tufões dispersos;
Sem ouvidos, sem olhos de sol, são baixos cordel...
E, dos seus clarões, que são das noites reversos,
São de mim mais cândidos que o seu formoso céu!
Quem de mim é mais vil qual seu punhal infinito?
Mais do que seu gume, mais do que seu querer,
Arqueja dentre ao meu peito o seu imo profundo!
E a canção que se perde? E o seu rompante grito?
Mais do que seu pudor, mais do que seu poder,
Sou a alma em que brilha sua amargura no mundo!
(Poeta Dolandmay)