Soneto da vaidade
"As minhas roupas, quero até rompê-las!
Quero, arrancado das prisões carnais,
Viver na luz dos astros imortais,
Abraçado com todas as estrelas!"
(Augusto dos Anjos)
A faculdade d'uma vil bactéria
É como duas pedras no Sapato;
Porém, nada mais nobre do que um rato
Comendo os restos podres da Matéria...
A vaidade - beleza da miséria -
Engana os Olhos, perde-se no Prato!
Somente a Perfeição d'um mau Retrato
Traduz a convulsão da Luz sidérea!
Somente a Chama - Espírito do Engenho -
Dá vida ao cabalístico desenho...
Entre o Tempo e seus místicos sinônimos.
Se matam lobos com bala de prata,
Melhor beber da cana mais barata...
Sem ser um dos alcoólatras anônimos!
03/09/2012