O canto de um Pássaro
"Nesta dor d'uma mágoa sem remédio,
Caminho à solidão d'uma favela;
Vejo lamentações sobre a janela;
Vou a voar sem rumo - prédio a prédio.
Escuto a convulsão da luz no tédio;
Tenho a premonição d'uma novela.
Procuro Deus na esquina, na capela...
Para fugir das garras d'um assédio..."
Isto cantava um Pássaro cansado
Ao meu ouvido já desencantado...
Ao meu ser, que não deu um só palpite.
Ao ver que o Sol fugia, o canto horrendo
O Pássaro encerrou, assim dizendo:
"Eu sofro de fatal labirintite!"
19/10/2012