Do nada ao nada!
“Ó velha hospedeira da aldeia do nada,
Estou c’o as malas prontas pra em breve partir.
Reserve-me um quarto em sua morada
Que tenha a janela para o sol voltada
E sombras em volta para eu dormir...”
Fernando Pessoa.
Caminhar rumo à morte, vos atrai?
Dizer ai eu nem sei se faz sentido
E não duvido que vida às vezes trai
E subtrai o que nos é devido.
Contudo, vou ao nada, exaurido,
Vendo o gemido lutar qual samurai;
Rogai por nós se a morte der seu brado
E, fadado aos sete palmos, cai!
Vai, brota em semente de outra planta
E te encanta com o novo que há de vir,
Vai surgir a resposta que procuras
Verás curas pros tormentos, bem aí...
Mas há um preço a pagar, saiba disso,
Ao descobrir teu outro lado, teu avesso!
Josérobertodecastropalácio