Do nada ao nada!

“Ó velha hospedeira da aldeia do nada,

Estou c’o as malas prontas pra em breve partir.

Reserve-me um quarto em sua morada

Que tenha a janela para o sol voltada

E sombras em volta para eu dormir...”

Fernando Pessoa.

Caminhar rumo à morte, vos atrai?

Dizer ai eu nem sei se faz sentido

E não duvido que vida às vezes trai

E subtrai o que nos é devido.

Contudo, vou ao nada, exaurido,

Vendo o gemido lutar qual samurai;

Rogai por nós se a morte der seu brado

E, fadado aos sete palmos, cai!

Vai, brota em semente de outra planta

E te encanta com o novo que há de vir,

Vai surgir a resposta que procuras

Verás curas pros tormentos, bem aí...

Mas há um preço a pagar, saiba disso,

Ao descobrir teu outro lado, teu avesso!

Josérobertodecastropalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 25/10/2012
Reeditado em 26/10/2012
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