AMARGURA DE AMOR
Julguei platônico o amor que eu sentia,
ano após ano, pelo tempo afora,
que minha sorte apenas residia
em manter vivos os sonhos de outrora.
E, neste afeto intenso residia
toda esperança que em meu ser aflora,
na medida exata em que mais nutria
o despertar da chama, sem qualquer demora.
Sorvo amargo crepúsculo em meu leito,
curtindo a dor de tua grande ausência,
imposta apenas pelo preconceito.
Silente sigo, com olhar suspeito,
vendo soturnas clavas da existência,
amargurando os laivos do meu peito...