AMARGURA DE AMOR

Julguei platônico o amor que eu sentia,

ano após ano, pelo tempo afora,

que minha sorte apenas residia

em manter vivos os sonhos de outrora.

E, neste afeto intenso residia

toda esperança que em meu ser aflora,

na medida exata em que mais nutria

o despertar da chama, sem qualquer demora.

Sorvo amargo crepúsculo em meu leito,

curtindo a dor de tua grande ausência,

imposta apenas pelo preconceito.

Silente sigo, com olhar suspeito,

vendo soturnas clavas da existência,

amargurando os laivos do meu peito...

Orguiss
Enviado por Orguiss em 27/02/2007
Código do texto: T395187
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