Soneto do Resto
"Cada lágrima trágica que cai
Das minhas velhas pálpebras cansadas
Só espelha lembranças desatadas
De momentos vividos com meu pai.
Em cristalização que se contrai,
A saudade é a paixão das madrugadas.
E, quando fito as nuvens reclinadas,
A memória paterna me retrai."
Isto tudo dizia aquele filho...
E, vendo que ele já perdia o brilho,
Eu lhe disse, com triste e duro drama:
"Amigo, enxuga logo este teu rosto!
Somente um riso nunca é decomposto!
O resto se desfaz em barro e lama..."
10/10/2012