Soneto do Resto

"Cada lágrima trágica que cai

Das minhas velhas pálpebras cansadas

Só espelha lembranças desatadas

De momentos vividos com meu pai.

Em cristalização que se contrai,

A saudade é a paixão das madrugadas.

E, quando fito as nuvens reclinadas,

A memória paterna me retrai."

Isto tudo dizia aquele filho...

E, vendo que ele já perdia o brilho,

Eu lhe disse, com triste e duro drama:

"Amigo, enxuga logo este teu rosto!

Somente um riso nunca é decomposto!

O resto se desfaz em barro e lama..."

10/10/2012

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 25/10/2012
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