ESPELHO DO TEMPO

No espelho da vida, amarrei o garrote.

Desfiz uma trança dos longos cabelos.

Esqueci toda a pose, esqueci de ter zelo.

Alisei a cintura, esqueci o culote.

No espelho da vida, a mulher que eu vi...

Não tinha beleza só um coração.

Nos olhos que brilham como na canção,

Amei muito mais a parte que perdi.

Meus olhos brilharam quando descobri:

Que a nova mulher não causa alarde,

Por ser na verdade, a mesma que vivi.

Até dos tropeços, lembra com saudade;

Pois lá descobriu a mais pura verdade.

Que a fez inteira... E nunca... Metade.