Carta de Amor (4)
 

Em tudo a tua ausência está presente,

na rosa - da roseira que plantaste -

altiva e rubra, sobre a verde haste,

na brisa que a balança, terna e olente;

 

está pulsante, está demais latente,

fugaz presença ausente - que contraste -

e, embora, desse modo, não me baste,

acalma tal saudade tão mordente;

 

o predileto vinho e a fina taça

ainda estão na mesa do escritório,

ao lado de teu livro de poesia;

 

o teu canário canta – quanta graça! –

e trina tão tristonho, merencório,

em tons e semitons de nostalgia. 
 

Brasília, 24 de Outubro de 2012.


Livro: REALEJO, p. 44

 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 24/10/2012
Reeditado em 25/07/2020
Código do texto: T3949847
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.