Tempo...
Indecoroso é o tempo amar
Fugaz para desejar viver
Sem ceroilas, gruta a grumar
Que se rebenta por sobre o ser
Indecoroso é pouco, diria vil
Este tempo que se faz regaço
Neste dia que se faz mil
Nesta morte que me enlaço
Daí então lhe oferto um soneto
Que por entre a mágoa se faz
Em ferida, com a caneta meto
Neste tempo mal, que me é pertinaz
Onde o tal ser amado não esqueço
Onde o ser que espera, não se faz.