De domingo

Nasce o dia, e eu no meio a esperar

Que a melancolia me deixe na solidão

E que o tempo, veloz venha passar

Me arrastando d'um domingo sem tesão.

Pois o tédio dilacera o coração.

Tem na boca com orgulho a degustar

Meu sofrer temperado com ilusão.

Onde mastiga devagar, a torturar.

Entretanto, vem surgir musa minha,

A dançar em meu peito que caminha,

Da doença em prol da saúde.

Pois só ela nesse dia me acude,

Enchendo de sexta o peito meu

E o domingo num piscar, se escafedeu.