SONETO RUPESTRE

Desta arte... sou um desenho rupestre...

Delineio meus rabiscos com emoção!

Eu imprimo com a cor de tom terrestre...

Todo o pouco... que toquei com minhas mãos.

Sou um poema de verso rudimentar...

E contorno em tênues linhas...forte fardo!

Sobre as pedras eu tento me tatuar...

Traduzir-me no esculpido do meu traço!

Eu impregno com meu sangue esfacelado

Qualquer veio da rocha misteriosa ...

Ao futuro lanço as cinzas do passado,

Mas sequer deixo ao arqueólogo alguma prova!

Pó da pedra amalgamado ao dos meus ossos...

Lanço ao vento ...a eternizar os meus destroços!

SP. 14/07/2006