Declaração do peito
Se meu torto peito falasse te diria,
Com linguagem daquelas abissais
Adornada com perfumes e sais,
Comunicando que por ti viveria.
Clamando dos vivos e ancestrais
Que festejasse, com graça e honraria.
E a lua deslumbrada por ti, cantaria,
Mesmo sem teus traços magistrais.
Mas o peito que não fala: sente.
E vive a palpitar calado ao canto
Na peleja de ser triste e contente,
Suspira ao ver tamanho encanto
Gritando feito louco: um demente
- É paixão! Tua linguagem e canto.