Memórias Póstumas
à Arthur Rimbaud
Quando ouvires a inspiração tortuosa.
Vinda da cripta admirável do sonho
Quando na alcova seva aquele bisonho
Poeta versar a ária póstuma tenebrosa.
Na pedra fria a tirania triste e fogosa
Reunião na mão atada do ser tristonho
No coração a furna vazia do medonho
Amarrado aos pés da ninfa poderosa.
Na catacumba o confidente maldito
Espera o poeta artífice do maligno
No ocaso imortal do sono proscrito.
O Anjo Negro rirá do teu verso digno
Aos mortos o inferno do eterno retorno
Nos vermes que roerão o corpo e entorno.