Viver? Viver!
O que desejo é simples: viver
Quero viver sem nada ter, viver
Ouvir, amar – multifacetar
Apalpar o mundo de uma vez, sem insensatez
Não quero temer – viver! – é diferente
Sem imaginar, viver num quê-cheio-de-gente
Quero mais é sentir da minha maneira
Desnudo, livre – a vida assim, inteira
Regras sem propósito num estado demente?
Nada disso, senhor! Quero viver des-pu-do-ra-da-men-te
Com decepções, tristezas, rejúbilos – ora, evidente!
Não existe só mel e favo – há também a aguardente
Nos devaneios da noite encontrei uma resposta
Simples, bela e terrível: o significado que almejo…
A nossa vida é uma só, e não nos pode ser reposta!
Quero viver. É pedir demais esse desejo?