Lábios que beijei.
Os lábios murchos na falta dos teus.
Como beija-flor em mata queimada,
Ilusão do mel numa flor já ressecada.
Na procura malograda do gineceu.
Deixo-me levar neste momento,
Como encontrar a rima do poema,
Para falar da boca que ora teima
Beijar outra boca no esquecimento.
O que resta são estes versos tortos.
E os lábios que sangram ressecados,
Solfejam um poema triste e mouco.
Sem vida como um barco sem porto,
Ancorado em lembranças do passado,
Como a menina na hora de um aborto.
Toninho.