Lábios que beijei.

Os lábios murchos na falta dos teus.

Como beija-flor em mata queimada,

Ilusão do mel numa flor já ressecada.

Na procura malograda do gineceu.

Deixo-me levar neste momento,

Como encontrar a rima do poema,

Para falar da boca que ora teima

Beijar outra boca no esquecimento.

O que resta são estes versos tortos.

E os lábios que sangram ressecados,

Solfejam um poema triste e mouco.

Sem vida como um barco sem porto,

Ancorado em lembranças do passado,

Como a menina na hora de um aborto.

Toninho.

Toninhobira
Enviado por Toninhobira em 20/10/2012
Código do texto: T3942529
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