Reciprocidade
 
Afago teu cabelo em desalinho
e beijo a morna tez – que é cor de jambo –
e quase, de emoção, eu me descambo, 
sorvendo nos teus lábios doce vinho.
 
Mas, sobre os meus lençóis, no alvor do linho,
eu quero muito mais que o mero escambo:
desvela-me teu corpo morno e zambo
que a ti me renderei nesse meu ninho.
 
Deixemos os desejos sempre às claras,
e os sentimentos sempre manifestos,
da reciprocidade, a mais completa.
 
Troquemos, entre nós, as joias raras,
pepitas de prazer, afáveis gestos,
palavras que só dizem bons poetas.


Brasília, 20 de Outubro de 2012.
Pura chama, pg. 22


 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 20/10/2012
Reeditado em 04/06/2017
Código do texto: T3942076
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