Almas Vazias

Almas Vazias

Jorge Linhaça

No relicário das almas vazias

vazam as dores o ódio e a ambição;

vazam os medos nas horas tardias:

almas vazias, de pouca emoção.

Vozes se erguem contra tiranias

almas imploram um naco de pão

Desde o princípio, ao fim dos meus dias

As vilanias percorrem o chão

Hoje o cachimbo não leva mais fumo

queima-se pedras sorvendo o vapor

Almas vazias andando sem rumo

No relicário da morte e da dor

Sugando vidas, licores e sumos

parando olhos em claro torpor

Salvador, 19 de outubro de 2012