SONETO A KRACORÉ
Kracoré é bom menino
Kracoré é menino índio
Kracoré vive na cidade.
O sistema sua história vai suprimindo
Kracoré guarda cicatriz da maloca
Que ardeu na queimada da floresta
Kracoré quer voltar para oca
Tocar atabaque e fazer festa.
Kracoré canta alvedrio do viver
Mas na selva de asfalto chora:
Kracoré não sabe ler.
Indigente, Kracoré anda na contra-mão.
Mas se kracoré fosse a escola:
Sua vida tomava outro rumo e direção.