De perdão
A boca que fala as vezes sem pensar
Tirando do peito toda a desilusão
De dor, raiva, tédio e conspiração
Não percebe na palavra o magoar.
E a cabeça que é vil como o mar
Não intervindo na infâmia malcriação
Mesmo se vestindo de imparcial razão
Nesses casos nunca soube advogar.
Cravando no ser enorme tristeza
De deixar o coração emaranhado
Misturando grosseria com avareza.
Só restando desculpa-se envergonhado
E esperar enamorando a incerteza
De algum dia, ser de novo perdoado.