ODE AO LÚGUBRE

Por: Lindoval Rodrigues Leal

Mórbida, sem vida, está min’alma

Vagando no infinito, sem destino

Sorvendo cada gota em desatino

Um veneno letal, que não me acalma!

E eu, morto, sou sim, zumbi errante!

Sem norte, sem paz, rumo ao medonho

Em vacilantes passos de bisonho

Ao abismo, depressa delirante!

No ventre fétido de tal fossa tão horrenda!

Nas profundezas, ali pairo atormentado

Estagnado eu me entrego sem contenda...

E ao repousar na fenda funda, conformado,

Não há nada em outra esfera que me prenda!

Então ao limbo, ad eternum, condenado!

Porto velho-RO, 16 de Outubro de 2012.