Soneto espanhol
Não mais serás a inquieta doce gota de vinho
Ou a cortina agitada anunciando-me a tarde.
Não mais serão teus olhos um elixir de carinho
Nem talharei em livros a tua herança covarde.
Não mais terá a aurora o teu canto iniludível
Nem a noite me virá com teus cabelos à janela.
Não conterá cada rosa o teu aroma irredutível
Nem vagará cada brisa feita em queixa singela.
Já eu por meu lado não mais serei teu abrigo
Nem dedos em teu rosto, nem suaves carícias
Meus mais belos sonhos não dividirei contigo
Nem andarei pela vida feito um pobre mendigo
Ansiando para que comigo dividas tuas delícias
Implorando migalhas dentre as tuas primícias.
(não conheço o autor original deste soneto, que traduzi do espanhol)