O Pescador
 
 
A mão que arremessa a linha no mar
Não sente o desejo arguto da morte
Quem a tem como gêmea pra matar
Não se importa se é fraco; se é forte
 
O que tráz no arrastar ou o que puxa
Malha fina, devagar vai afinando
Sangra na guelra, e a fina veia murcha
Mata e fere, não importa até quando
 
Quem pesca sem intervalo precipita
Larga um, fustiga o outro, e a fome
Contínua, chama-a como a maldita
 
Na ânsia, não se importa com o nome
Esquece o que foi enquanto bendita
Não se lembra da mesa onde ela come
 
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 15/10/2012
Reeditado em 14/12/2012
Código do texto: T3933665
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.