AO INFERNO
São centenas de cravos no meu peito,
Toda angústia do mundo está em mim,
Todo encanto que havia foi desfeito,
Esta tristeza enorme não tem fim...
Aperta-me este esquife em que me deito,
Há muito a vida dói-me sempre assim,
Pago o preço de tudo que foi feito
E sobra-me somente a mágoa... Enfim...
Ah, quem me dera algum momento bom,
Ouvir na voz de um anjo o lindo som
De um conselho trazendo-me esperança...
Quem me dera saber se o deus que existe,
É o mesmo deus que me abandona triste,
Já que seu céu minh'alma não alcança...