Flor exótica
Flor exótica
Mas que encanto infernal! Que exígua cor! Exótica,
Extático clarão de flama; a flor de pedra
Elétrica e Azul, elíptica, caótica.
Dir-se-ia da flor que em céus turvados medra.
Uns disseram talvez ser um pingente estranho,
De uma marmórea luz, entre o roxo e o cinabre,
De cujas radiações fluem notas de estanho.
- As corolas-canções -, quando a estranha flor se abre...
Certa noite de Abril (era mudo o jardim),
Nas pompas siderais, o mágico festim
Das coisas do Infinito, altivas, invioláveis.
Tantas delicadezas fluem... Tantas, tantas!
Que diante da outra, pasmas, as duas Infantas;
A Minh ‘alma e esta flor: noturnas, intocáveis.
*Versos alexandrinos