Devoção
Para Alzira.
O teu verso é lírico, é teu lema.
Divulga festiva, em motes e salvas,
a rima que te é própria da palma.
— Por luz e sol, tens de grafar poemas.
Se amas com plenitude, terna e calma,
assume a paixão por teu emblema;
estimula a luxúria, se tanto te queima
no seio e no sonho o clamor da alma.
Sangue efervescente, onírico, circula
placentário em ti como a proteína
peregrina que nutre o verso, a rima.
Porque poesia em ti também ovula
devota no teu ciclo, em teu sistema:
— Teu dom: o amor de parir poemas.
Poema extraído do livro "Gênese de Poemas InVersos".