Lobo guará
 
Lobo guará, andejo solitário
que, ao longe, se divisa no cerrado,
por conta de seu pelo avermelhado,
em meio aos verdes tons de seu cenário;

caçando vai - cumprindo o seu fadário –
pequenos animais, de seu agrado,
o fruto, pelo tempo madurado,
da lobeira (alimento seu primário).

Mas quando o vejo assim, formoso, altivo,
andar tão leve, olhar sagaz e vivo,
eu sinto, dentro em mim, certa tristeza;

quiçá porque também andejo só
eu sinta, de mim mesma, certo dó,
pisando as finas farpas da incerteza.
 
Brasília, 11 de Outubro de 2012.
 
Livro: Sonetos Diversos, pg. 105
Sonetos selecionados, pg.39
Tela de Antonísio Siqueira (parcial)
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 11/10/2012
Reeditado em 18/06/2020
Código do texto: T3927682
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