Soneto de aceitação
Com a felicidade, rompimento.
Sou um amante da melancolia.
Já não pranteio o meu sofrimento.
E: do que rio, ninguém mais riria.
Deixou a decepção de ser um tormento.
Deixou o órgão de bater por alegria.
Já não 'stou apto para contentamento.
E: do que vivo, ninguém mais viv'ria.
‘Stou tão doente d’infelicidade,
E em mim tão constante por ‘star doente,
Que rejeito tudo o qu’indicam cura.
Parece-me o sofrer necessidade;
E necessito-o, mais precisamente,
Para, íntegro, chegar à sepultura!