Soneto de aceitação

Com a felicidade, rompimento.

Sou um amante da melancolia.

Já não pranteio o meu sofrimento.

E: do que rio, ninguém mais riria.

Deixou a decepção de ser um tormento.

Deixou o órgão de bater por alegria.

Já não 'stou apto para contentamento.

E: do que vivo, ninguém mais viv'ria.

‘Stou tão doente d’infelicidade,

E em mim tão constante por ‘star doente,

Que rejeito tudo o qu’indicam cura.

Parece-me o sofrer necessidade;

E necessito-o, mais precisamente,

Para, íntegro, chegar à sepultura!

Jack Fernandez
Enviado por Jack Fernandez em 11/10/2012
Código do texto: T3926565
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