SENTINELA (UM SONETO PARA MACHADO DE ASSIS)

Oh! Flor do Céu! Oh! Flor Cândida e Pura!

Que jamais no mundo vislumbrei obscura

Que o véu da ilusão jamais exaltaste,

Que inominável beatitude demonstraste.

Sinto toda tua força clemente e bela

Bebo da seiva do teu amor, donzela!

Que me garante para a luta a força necessária

E que me sustentando não me deixará pária.

Nestes tempos de guerra e aflição não vejo

A paz ansiada e que em meus olhos desejo

As vidas futuras à minha é que resguardo

Não creio que possa ver meu sonho realizado.

Ainda que sobre flores me joguem a mortalha

Perde-se a vida, ganha-se a batalha.

(DA ANTOLOGIA "UM SONETO PARA MACHADO DE ASSIS")