XI
 
Quisera decifrar, da natureza,
os ciclos que se alternam, seus segredos,
o murmurar das brisas, seus enredos,
as fontes, sempre fluídas, da beleza;
 
quisera desvelar a sutileza
do encanto que há nas farpas dos penedos,
das aves  a piar nos arvoredos,
na tarde que se esvai, tão indefesa;
 
desses ipês bem secos, tão desnudos,
- ao fim de tanto estio e dias rudos –
soltando  tão efêmeras floradas.
 
Enigmas do universo, indecifráveis,
esses processos belos, inefáveis,
dos ciclos a cumprir suas jornadas.

Brasília, 10 de Outubro de 2012.
Livro: CICLOS, pg. 35
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 10/10/2012
Reeditado em 25/07/2020
Código do texto: T3925413
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