Ora direis.
A luz tomou o céu em vagas e centelhas
Ribombos com fulgor atormentando o mundo
Quem sabe o que dizer do trágico rotundo
Enquanto a luz esvai no foco em que se espelha,
Ao ver na luz que cai da dor daquela estrela
Ouvir silêncios tensos, vastos e profundos;
Testemunhar no tempo a morte de um segundo
E ter no bem maior o inferno que assemelha.
As causas do devir em cores bem vermelhas
O revolver da voz em ondas sem comportas
Os deuses vão ruir e o verme se ajoelha
A luz desmancha o sol e nada mais importa
De tudo que restou sem forças vão vivê-la,
Das sombras fez-se a paz que cai da estrela morta.