O anjo
Enquanto tu dormes eu fico acordado,
Pensando mil coisas pela madrugada;
Onde estará o luminoso anjo alado
Que jurou que a mim nunca faltaria nada?
A sua espera, já quase um mês acordado,
Esperando uma resposta, até agora nada;
Maldito anjo! De luz e brilho disfarçado!
Tanto poder (ou falso poder), pra nada?
Depois de tanto tempo, tanta prece
O anjo, num turbilhão de cores, aparece,
Punindo severamente os olhos meus
Com voz severa, pede que eu não diga nada
Ao abrir os meus olhos, vejo amada,
E o anjo partindo: "tudo no tempo de Deus!"