CAIXA D’ÁGUA
Sempre suspensa como um vigia das casas
De sol a sol, de chuva a chuva lá está ela
Sem atenção. Voando mesmo ser ter asas
Armazenando ouro incolor no interior dela.
Daqui de cima eu olho por cima das casas
Pra onde eu olho quase sempre lá está ela
Imóvel, inerte e sem nenhum ruflar de asas
Uma perfeita, dócil e silenciosa sentinela.
Ainda que tarde eu reconheço o seu valor
E te agradeço com carinho e com amor
Por me servir silenciosa e sem ter mágoa,
Como é importante o serviço a que se presta
E pra findar essa homenagem o que me resta
É te saudar, grandiosa e azul, minha caixa d'água.