MEU AGRESTE
Eu vejo a tristeza em teu semblante
A fome e solidão aqui no Nordeste
Teu olhar fixo sol alucinante
Tristeza quanta mágoa meu agreste.
Sentada sobre o cepo observa à ponte
Garranchos secos tudo quase morto
Chão rachado, animais morrem aos montes,
A criança come cactos no cocho.
Céu azul vento forte traz poeira
Curso do rio apenas muçambés
Mais uma vez fugir pra capoeira.
Andar noturno à caça de preás
Pra garantir o que ter dia seguinte
Uma prece pra caça encontrar.