RENITÊNCIAS
Deságua em mim abjeto pranto renitente
E vai minando a pedra-base da estrutura,
Cada lágrima é como gota que tortura,
Temo a loucura de tornar-me inconsequente.
Foste tu causa e culpa de infeliz paixão,
Eu fui crença e vilipêndio de vil imagem,
Foi em teu sacrário que eu guardei meu coração
Que o partiste tão futilmente por vantagem.
Sou aluvião num remanso de águas prantos
Arrastado por enchentes de desencantos
De um amor que creu demais e infeliz se deu.
Hoje, em meu peito uma imortal dor inda mora
A saudade não se permite ir embora
E sempre chora quando lembra o que perdeu.