RENITÊNCIAS

Deságua em mim abjeto pranto renitente

E vai minando a pedra-base da estrutura,

Cada lágrima é como gota que tortura,

Temo a loucura de tornar-me inconsequente.

Foste tu causa e culpa de infeliz paixão,

Eu fui crença e vilipêndio de vil imagem,

Foi em teu sacrário que eu guardei meu coração

Que o partiste tão futilmente por vantagem.

Sou aluvião num remanso de águas prantos

Arrastado por enchentes de desencantos

De um amor que creu demais e infeliz se deu.

Hoje, em meu peito uma imortal dor inda mora

A saudade não se permite ir embora

E sempre chora quando lembra o que perdeu.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 02/10/2012
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