MÉDIO MÉDIUM
Ouço barulhos no meu quarto escuro,
Cortando a noite a lâmina da dor.
Corta também meu peito frio, duro,
Derrama no chão todo o meu Amor...
Familiar presença do anjo puro
Que sempre me protege em meu temor
Some deste recinto, em que depuro
Minha fé, que perdeu qualquer valor...
Percebo que se trata de algo mau,
Dirige a voz contando o meu final,
Revelando que a morte está consigo...
Tremo, aterrorizado e sem saber
Por que Deus tanto me permite ver
Esses vultos, que vêm dormir comigo...