MÉDIO MÉDIUM

Ouço barulhos no meu quarto escuro,

Cortando a noite a lâmina da dor.

Corta também meu peito frio, duro,

Derrama no chão todo o meu Amor...

Familiar presença do anjo puro

Que sempre me protege em meu temor

Some deste recinto, em que depuro

Minha fé, que perdeu qualquer valor...

Percebo que se trata de algo mau,

Dirige a voz contando o meu final,

Revelando que a morte está consigo...

Tremo, aterrorizado e sem saber

Por que Deus tanto me permite ver

Esses vultos, que vêm dormir comigo...

Maurilo Rezende
Enviado por Maurilo Rezende em 01/10/2012
Código do texto: T3909950
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